segunda-feira, 15 de junho de 2009

Seminário na Assembléia discute modelos de gestão de Unidades de Conservação

Julgamento da Adin que suspende Mosaico da Juréia pode roubar foco do evento

O Seminário “Gestão Participativa em Reservas de Desenvolvimento Sustentável: Integração dos Povos da Amazônia e Mata Atlântica”,  que acontece amanhã (16/6) na Assembléia Legislativa de São Paulo, poderá tornar-se o primeiro palco de discussões sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), julgada na semana passada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A opinião é da vice-presidente da União dos Moradores da Juréia (UMJ), Adriana de Souza Lima, que considera muito oportuna a participação no evento de técnicos e comunitários da Amazônia trazendo sua experiência na gestão de unidades de conservação. A Adin foi movida pelo Ministério Público e julgada na semana passada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo que considerou inconstitucional a lei que criou o Mosaico Juréia-Itatins.

“O que num primeiro momento poderia parecer desesperador para a comunidade na verdade constitui a primeira oportunidade efetiva de o ambientalismo paulista corrigir 20 anos de erros e injustiças e, com um mínimo de reflexão, criar um modelo de gestão responsável para as Unidades de Conservação que reconheça a eficiência de políticas públicas vitoriosas no País - que têm se mostrado capazes de assegurar os direitos humanos e a geração de renda - e, principalmente, constatar que somente a presença do homem, da comunidade estabelecida, pode conter a biopirataria, o roubo indiscriminado de patrimônio natural, a ameaça de extinção de nossos valores culturais e, mais ainda, respeitar a constituição e leis federais”, comemora Dauro Marcos do Prado, presidente da UMJ.

O Seminário “Gestão Participativa em Reservas de Desenvolvimento Sustentável: Integração dos Povos da Amazônia e Mata Atlântica” é organizado pela União dos Moradores da Juréia (UMJ) e promovido pela Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo com patrocínio do Ministério do Meio Ambiente. O evento contará com a participação de comunitários e técnicos das Reservas de Desenvolvimento Sustentável amazônicas de Mamirauá, Rio Amapá, Uacari e Uatumã, que vão relatar suas experiências bem-sucedidas como as primeiras RDS instituídas no País. Eles traçarão também um paralelo com as comunidades que visitaram durante a semana passada na região do Vale do Ribeira, como Iguape, Registro, Cananéia, Barra do Turvo e Pedro de Toledo.

 A UMJ reúne cerca de 2 mil pessoas pertencentes às mais de 300 famílias que viviam na Estação Ecológica-Juréia Itatins. A entidade defende a necessidade de que o governo paulista encontre soluções para que outras famílias de população tradicional possam continuar vivendo na mata.

Evento: Seminário “Gestão Participativa em Reservas de Desenvolvimento Sustentável: Integração dos Povos da Amazônia e Mata Atlântica”,
Data: 16 de junho
Horário: 14 horas
Local: plenário Teotônio Vilela –Assembléia Legislativa de São Paulo

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